sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O LIVRO SECRETO DE DOMME LIZ - 24


— Até agora, fizemos duas sessões de BDSM que eu, em seguida, passei a escrito, com mais ou menos criatividade. A minha ideia, agora, era fazermos o inverso: eu escrevia, e depois passávamos do texto à prática. Serviria para eu ver até que ponto a realidade é aquela que ficciono. Você aceitaria fazer a sua parte?
Para meu espanto, dei por mim a ter medo de responder! Na realidade, Liz parecia perder o controlo sobre si própria durante as sessões. Excitava-se, não aceitava qualquer palavra-de-segurança, e eu começava a ter medo dela. Um medo misturado com uma enorme excitação sexual, mas medo, mesmo assim. De qualquer forma, e nesse aspecto, o que ela agora me propunha até era perfeitamente aceitável: eu leria o texto e, tendo a garantia de que o que pudéssemos fazer não iria além disso, veria… E foi isso que lhe disse.
Liz, então, abriu a mala de mão, tirou dela três folhas dobradas em quatro, e deu-mas.
— Não as leia agora, mas só quando chegar ao moinho. Se aceitar, faça o habitual. Um novo vaso com um lírio que, se eu lá vir, interpretarei como resposta positiva. Agora, vá-se embora por onde veio.
Deu-me um par de beijos na cara, sorriu, meteu-se no carro e, mais uma vez, desapareceu da minha vista…
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O capítulo seguinte (não será preciso dizê-lo) é a transcrição desse texto.
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CAPÍTULO IV
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«LIZ ABRIU a porta do alçapão e desceu lentamente as escadas. As paredes eram de pedras rústicas, deveriam existir ali há centenas de anos. A adega era construída no subterrâneo, era um compartimento grande, com vários vinhos, armazenados e amorosamente cuidados pelo seu escravo. Ele sabia que o vinho era uma das paixões de Liz, por isso zelava por eles como filhotes no ninho. Como de costume, ele esperava-a de joelhos, ao lado da mesa já preparada com duas taças, uma garrafa do melhor vinho, e um belo prato de gambas, muito bem decorado. A iluminação era fraca, havia poucas velas além do castiçal na mesa. Liz observou e viu que estava quase tudo perfeito, menos o facto de haver duas taças postas - quem é que o verme pensava que era? Acharia ele que tinha o direito de se sentar à mesa com a sua senhora? Doce e amargo engano! Liz fez voar uma delas contra a parede e, com um ódio no olhar, vociferou:
— Verme insolente, como ousas achar que tens o direito de te sentares à mesa a meu lado, e ainda por cima beberes do meu vinho?
Pegou nas correntes e nas algemas, e prendeu o verme que, nu e descalço, deveria servi-la mesmo pisando os cacos de vidro. Com cuidado, ele veio encher o copo da sua ama; e então ela gritou:

— Mais rápido, verme rastejante!
(...)
(Continua amanhã às 12h TMG)
NOTA: Para receber gratuitamente os 10 primeiros capítulos da obra, basta enviar um e-mail para servodeliz@gmail.com, indicando em assunto a palavra AMOSTRA.

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