sábado, 27 de fevereiro de 2016

O LIVRO SECRETO DE DOMME LIZ - 25

Então, mesmo sentindo os finos cacos a dilacerarem-lhe os pés, ele andou mais depressa, serviu a sua ama, e voltou a ficar de joelhos. Ela bebia e comia com um delicioso sorriso irónico; sabia que o seu escravo não comera durante todo o dia (pois ficara a esperar a sua chegada), e adorava vê-lo ali, de joelhos, com fome - duas fomes, ele precisava de comida e precisava da sua dona!
Liz ficou sentada, olhando algumas imagens na parede. Eram quadros tão antigos que o tempo quase os havia apagado, mas ela adorava-os. Num deles, uma flor-de-liz; ela sabia que a flor-de-liz não tinha espinhos como as rosas, mas adorava-as assim mesmo, sabia que os espinhos ela mesma os possuía, e ai de quem se encostasse a ela sem permissão - espinhos criados pela vida, para protecção e alerta. Liz não era tão inocente e angelical como parecia - aliás, era a própria encarnação do demónio em corpo de anjo.
Vestida com botas de saltos altíssimos e um vestido vermelho-sangue, ela era uma visão que deixava o seu escravo pasmado e estarrecido. Como poderia haver tanta beleza e maldade numa só pessoa?

Depois de beber e comer sem pressa alguma, e com uma calma de dar inveja aos monges, Liz caminhou até ao escravo e fez um sinal para que ficasse de pé. Ele já tinha uma erecção, claro, só o facto de ver a sua dona beber e chupar os dedos deliciosamente já o fazia ficar com um tesão muito visível. Ela brindou-o com um sorrisinho maroto e cínico, e um olhar de pânico surgiu no rosto do escravo, pois sabia bem o que aqueles olhos significavam! Liz amarrou os braços dele erguidos, e pegou num chicote curto, de cabo de madeira, com nove tiras e nove nós em cada tira - nós de sangue.
(...)
(Continua amanhã às 12h TMG)
NOTA: Para receber gratuitamente os 10 primeiros capítulos da obra, basta enviar um e-mail para servodeliz@gmail.com, indicando em assunto a palavra AMOSTRA.

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