domingo, 14 de fevereiro de 2016

O LIVRO SECRETO DE DOMME LIZ - 12

— Obrigado, senhora - titubeei.
— Mais alto! Fala mais alto. Não tenhas medo, que aqui ninguém te ouve.
Repeti a frase, em tom mais audível.
— Não percebo o que dizes, vermezinho! Deixas as frases a meio! Obrigado porquê?
— A senhora sabe… - gemi.
— Talvez saiba… Mas quero ouvir da tua boca!
Liz estava agora bem perto de mim. A sua cara, que ela tapara com uma máscara vermelha, quase tocava na minha. Falava num sussurro, e podia sentir-lhe o hálito perfumado e quente.
— Vamos, verme, humilha-te, verga-te… Vais ver que não custa nada, e a mim vai dar-me um prazer muito, muito especial, acredita…
E foi com os meus olhos cravados nos dela que recomecei e completei…
— Obrigado, senhora, pela sova que me deu…
— Agora repete, mas de olhos no chão: «Sou um verme nojento»
Assim fiz, a muito custo…
Riu-se e, finalmente, e sem qualquer aviso, desatou-me.
— Por hoje, chega. Já tenho material suficiente para um ou dois capítulos do meu livro. Saia daí da mesa, leve as suas roupas, e vá-se vestir lá em cima.
Assim como começara, assim ela interrompera o tratamento por tu, retomando o mais distante você. E, sem que fosse preciso dizer-mo, eu poderia, de novo, tratá-la por Liz. Quando desci, agora já vestido, ela voltara a ser a mulher que eu conhecera no início, e apenas o chicote, repousando em cima da mesa, lembrava o que ali se havia passado.
— Doeu muito? – perguntou-me, baixinho, enquanto se despedia com um beijo quase amigo.

E, sem esperar a minha resposta, saiu porta-fora - e em breve desaparecia, ao fundo da estrada, envolta numa nuvem de poeira e mistério…
(...)
(Continua amanhã a esta hora - 12h TMG)

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