CAPÍTULO II
MAIS UMA VEZ, alguns dias se passaram sem que eu tivesse quaisquer notícias dela. Desvairado, completamente enlouquecido por aquela mulher - pelo que se passara entre nós e pelo que ela já significava para mim -, comecei a percorrer as cercanias tentando encontrá-la. Eu tinha algumas esperanças de que isso sucedesse, porque ela falara na existência de uma amiga, que supostamente morava perto, pelo que seria bem provável que por ali aparecesse. Mas as coisas não sucederam como eu pensava…
Um dia, ao abrir a caixa do correio, deparei-me com um espesso envelope dentro do qual se encontravam umas duas dezenas de folhas de papel A4. Não precisei de muito tempo para perceber do que se tratava!
Sem sequer bater à minha porta, ela passara e deixara o manuscrito do primeiro capítulo do livro que decidira escrever.
Extremamente nervoso, voltei para dentro, sentei-me junto à mesa de pedra, e comecei a ler.
Estava ali tudo o que havíamos feito, mas muito mais! Os poucos minutos que a nossa sessão durara (e eu ainda me interrogava porque é que havia sido tão curta!) eram ali dilatados, numa longa orgia de sadismo que durava uma tarde inteira, ao som da 5ª Sinfonia… E a dezena e meia de chicotadas que ela de facto me dera eram agora, no livro, inúmeras e dadas ao ritmo da música!
Tudo perfeito! O escravo era virado e revirado na mesa redonda (ora de barriga para cima ora para baixo); ela, sentada numa cadeira, colocava os pés sobre as marcas do chicote, cavalgava-o, esbofeteava-o, fazia-o sufocar sentando-se na cara dele…
Senti uma erecção fortíssima. Fui então buscar o chicote que ela me oferecera e usara no meu corpo, beijei-lhe demoradamente o punho onde ela tivera a mão, e masturbei-me mais uma vez, pensando nela. Voltei depois ao princípio do texto, relendo-o agora com menos sofreguidão, e foi nessa altura que reparei numa pequena nota escrita a lápis e que, com o nervosismo, me havia passado despercebida.
(...)
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