quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O LIVRO SECRETO DE DOMME LIZ - 15

ENTRÁMOS então no moinho e ela começou de imediato a trata-me por tu – era o sinal tácito de que tudo já começara.
— Vai para último andar e despe-te completamente. Eu já vou ter contigo. Ah! E leva um copo e aquela garrafa de vinho que ali está. Parece-me aceitável.
Assim fiz, sem conseguir controlar o meu nervosismo. Subi, e não demorei muito tempo até a ouvir abrir a mala, lá em baixo. Certamente, ela tirava as roupas que ia vestir, e arranjava-se.
Pouco depois, subia as escadas, decidida, e encontrava-se junto de mim. Vinha diferente: o corpete era de coiro negro, com atilhos que lhe faziam sobressair os seios, e trazia uma saia curta, do mesmo material e cor. Tinha posto umas meias de rede, as botas e as luvas eram as mesmas da outra vez, mas os cabelos – lisos, longos e castanhos -  estavam agora soltos, ultrapassando largamente os seus belos ombros nus.

Mas a minha atenção foi de imediato atraída para uma pequena maleta, pouco maior do que uma caixa de sapatos, que ela trazia na mão e pousou em cima de uma cadeira. Pegou-me por um braço, com alguma brusquidão, e puxou-me para debaixo de uma velha trave, junto à grande roda.
— Fica aqui, e não te mexas – ordenou.
Em seguida, abriu a maleta, e tirou dela uma coleira larga, de cabedal, da qual já pendia uma corrente de ferro com cerca de um metro de comprimento.
(...)
(Continua amanhã a esta hora - 12h TMG)

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